Três anos após ser atropelado em NY e ficar em coma, jovem faz tratamento no Brasil e apresenta melhoras: 'Processo de formiguinha'
24/01/2025
Luiz Gustavo Lotte é de Sorocaba (SP) e foi atropelado ao atravessar uma faixa de pedestres em Nova Iorque, nos EUA, em março de 2022. Motorista fugiu do local, mas foi identificado e preso pela polícia. Guga Mendonça e o filho Luiz Gustavo Lotte, de Sorocaba (SP)
Arquivo pessoal
Quase três anos depois de ser atropelado em Nova Iorque, nos Estados Unidos, e ficar em coma, o brasileiro Luiz Gustavo Lotte, de Sorocaba (SP), apresentou melhoras em sua recuperação e já consegue ter controle de tronco e responder a estímulos básicos.
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O rapaz, hoje com 24 anos, foi atropelado no dia 8 de março de 2022, enquanto atravessava uma faixa de pedestres. Com o impacto, ele foi arremessado por 20 metros de distância. O motorista fugiu do local, mas foi identificado e preso pela polícia em seguida.
Na época, Luiz ficou três meses em coma, mas, depois de acordar, começou a se recuperar lentamente. Ele passou por oito procedimentos cirúrgicos, conforme a família.
Luiz Gustavo Lotte, de Sorocaba, foi atropelado em Nova York
Arquivo pessoal
Ao g1, o pai de Luiz, Guga Mendonça, conta que o filho começou a apresentar melhoras significativas depois que conseguiu trazê-lo de volta ao Brasil. No país onde nasceu, ele iniciou um tratamento de fisioterapia, além de acompanhamento com especialistas em reabilitação.
"Foram melhoras gerais. Chegou aqui [no Brasil] com 55 quilos e hoje já está com 77. Estamos buscando o peso ideal. Hoje ele tem um melhor controle de tronco, responde a estímulos básicos, graças ao trabalho dos profissionais brasileiros", conta o pai.
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Segundo o pai, atualmente Luiz Gustavo Lotte, de Sorocaba (SP), participa de projetos de pesquisa
Arquivo pessoal
Atualmente, o rapaz faz tratamento em um hospital particular especializado em transição e cuidados pós-agudos. Segundo Guga, no último fim de semana, o filho conseguiu mastigar ao ser alimentado.
"É um processo de formiguinha. Hoje, as fonos que cuidam dele fazem um trabalho voltado para dieta de conforto, na qual ele experimenta sabores e, aos poucos, vai deglutindo. Estamos felizes com as pequenas evoluções. Na primeira semana, ele já aceitou com tranquilidade quatro colheres de papinha. Para mim, foi uma vitória", relata Guga.
O pai ainda destaca que a equipe médica está avançando com calma, conforme os limites de Luiz. No entanto, a família está contente com o atendimento e acredita que, com estas melhoras, o rapaz pode deixar um legado importante para outros pacientes que enfrentam as mesmas dificuldades que ele.
"Com a reabilitação, conseguimos evoluções que, para a ciência, são pequenas, mas, para nós, são muito importantes", finaliza.
Motorista identificado
Na época do acidente, a Justiça de Nova Iorque informou ao g1 que o suspeito de atropelar Luiz Gustavo foi identificado como Christopher Capuano. Ele foi indiciado no dia 31 de março de 2022, mas o caso ainda estava pendente.
Conforme apurado pelo g1, o réu foi solto e estava em liberdade supervisionada, mas deveria comparecer ao Tribunal Criminal do Queens.
A família de Luiz ainda informa que segue indignada com a Justiça dos Estados Unidos e com o tratamento que receberam no país. Até a última vez que foram comunicados, o homem havia sido condenado, mas estava foragido.
Vida nos EUA
Luiz Gustavo foi para os EUA em março de 2020, pouco antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a pandemia de coronavírus, e estava lá desde então, pois tinha decidido tentar a vida no país.
Luiz conseguiu um emprego em uma empresa de publicidade. Ele também já tinha parentes que moravam em Nova Iorque, como os avós maternos e um tio.
Luiz Gustavo Lotte em foto sem data; ele foi atropelado em Nova Iorque, e o motorista não prestou socorro
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