Justiça nega recurso e mantém ordem de prisão a médicos condenados no Caso Kalume

  • 04/02/2025
(Foto: Reprodução)
Três médicos foram condenados pelo caso esquema de tráfico de órgãos em Taubaté (SP). Entre os condenados, um médico morreu e os outros dois seguem com ordem de prisão. Mariano Fiore Júnior e Rui Noronha, médicos condenados no caso Kalume Reprodução/ TV Vanguarda O Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou recurso da defesa e decidiu manter a ordem de prisão contra os médicos Mariano Fiore Júnior e Rui Noronha, condenados pelo caso que ficou nacionalmente conhecido como ‘Kalume’. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp Três médicos foram condenados pelo caso esquema de tráfico de órgãos em Taubaté (SP), no século passado. Dentre eles, um médico morreu em 2024 e os outros dois seguem com ordem de prisão - leia mais detalhes abaixo. Depois de ter habeas corpus negado, a defesa dos médicos recorreu da decisão. O recurso foi negado pela 6ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de SP no fim de janeiro e o acórdão foi publicado nesta segunda-feira (3). “Os argumentos não têm o condão de alterar o panorama já delineado”, argumentou o relator Eduardo Abdalla. Essa não foi a primeira vez que a defesa dos médicos Mariano Fiore Júnior e Rui Noronha tentou revogar a ordem de prisão imediata contra eles. Em outubro, a Justiça já havia negado pedidos de revogação da prisão e de prisão domiciliar. O g1 tenta contato com a defesa dos médicos. Tribunal de Justiça nega pedido de Habeas Corpus para médicos condenados no caso Kalume Caso 'Kalume' Em 1987, em Taubaté, cidade localizada a 130 km da capital paulista, o médico Roosevelt Kalume foi o responsável por revelar o suposto esquema de tráfico de órgãos no antigo Hospital Santa Isabel, onde hoje funciona o Hospital Regional de Taubaté. Imagem de arquivo - Caso Kalume: Entenda como esquema de tráfico de órgãos no interior de SP ajudou a regulamentar transplantes no país BBC Então diretor da faculdade de medicina, ele procurou o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) para informar que um programa ilegal de retirada de rins de cadáveres e pacientes vivos, para doação e transplantes acontecia sem o seu conhecimento e aval. Ao todo, três médicos estão envolvidos no esquema: Pedro Henrique Masjuan Torrecillas (morreu em 2024), Mariano Fiore Júnior e Rui Noronha Sacramento. Na época, o assunto ficou conhecido nacionalmente e a imprensa batizou de caso Kalume, em referência ao sobrenome do médico que denunciou o caso para as autoridades. O escândalo resultou na abertura de inquérito policial em 1987 e até virou alvo em 2003 da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurava a atuação de organizações criminosas atuantes no tráfico de órgãos no Brasil. Reportagem de 2012 mostrou que um ano após julgamento, caso Kalume seguia longe de um desfecho A investigação durou 10 anos e a Polícia Civil de Taubaté concluiu o inquérito responsabilizando quatro médicos pelas mortes de quatro pacientes. O outro médico apontado no inquérito foi Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, que morreu em maio de 2011, meses antes do julgamento. O caso foi à júri popular em outubro de 2011 – 25 anos após o acontecimento – e resultou na condenação dos três médicos a 17 anos de prisão. Eles foram condenados por homicídios dolosos a quatro pacientes. Em 1993, Kalume chegou a publicar um livro sobre o caso. Para narrar os fatos, ele usou nomes diferentes dos personagens da vida real. No entanto, a obra, que faz parte do processo contra os médicos, deixou de ser publicada. Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina

FONTE: https://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2025/02/04/justica-nega-habeas-corpus-e-mantem-ordem-de-prisao-a-medicos-condenados-no-caso-kalume.ghtml


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