Em carta ao povo, Boulos reconhece que foco nos 'invisíveis' tirou atenção dos trabalhadores da periferia e vai dormir na casa de eleitores
21/10/2024
(Foto: Reprodução) Candidato do PSOL disse que, se eleito prefeito de São Paulo, 'vai reconhecer o esforço e oferecer oportunidades' aos trabalhadores autônomos. Em entrevista ao SP2 na semana passada, Boulos já havia acenado a essa fatia do eleitorado. Guilherme Boulos (PSOL)
Reprodução/Instagram
O candidato à prefeitura Guilherme Boulos (PSOL), em carta aberta ao povo de São Paulo, reconheceu que deixou de dialogar com trabalhadores da periferia ao focar nas demandas de pessoas em extrema vulnerabilidade social, a quem chamou de "invisíveis".
No texto, publicado nesta segunda-feira (21) em suas redes sociais, o deputado federal fez aceno aos autônomos da capital: "Você, mulher que foi abrir seu salão, vender salgados na garagem de casa ou na porta do metrô [...]. Jovem, que financiou uma moto e foi trabalhar sem parar e sem nenhuma proteção [...]. Você que pega um carro e dirige a cidade toda como motorista de aplicativo sabe disso. Muitas vezes nós deixamos de falar com vocês".
Boulos disse que gostaria de assumir um compromisso com essa parcela da população: "A prefeitura de São Paulo vai reconhecer o seu esforço e te oferecer oportunidades, não só aparecer pra cobrar boleto. Isso não é apenas uma promessa de campanha. É um compromisso de futuro".
Em entrevista ao SP2 na última terça-feira (15), o candidato já havia admitido que precisava se aproximar dos trabalhadores autônomos para um melhor desempenho nas urnas.
O deputado também falou sobre o receio que parte do eleitorado tem devido a sua trajetória nos movimentos sociais, pediu um "voto de confiança" e citou Marta Suplicy (PT), sua candidata a vice, como exemplo de experiência administrativa.
Boulos também usou o documento publicado para criticar Ricardo Nunes (MDB), seu adversário no segundo turno das eleições, sem citar diretamente seu nome. O candidato do PSOL disse que o atual prefeito é fraco e omisso quanto aos problemas da cidade.
"Quando o governo é fraco, os verdadeiros vilões tomam conta. Foi assim que o pior da nossa política se apoderou do orçamento de São Paulo, do nosso dinheiro", diz o texto.
Dormir na casa de eleitor
Também nesta segunda (21), Guilherme Boulos anunciou que vai "rodar a cidade" até o fim do segundo turno em uma missão de "virar votos", já que as pesquisas eleitorais o colocam distante de Nunes na briga pela Prefeitura de São Paulo.
"Vou rodar essa cidade, em cada região, conversando com as pessoas de cada área, que trabalham com o que for. Pessoas que, inclusive, já toparam me receber em suas casas. Vou dormir nas casas dessas pessoas", revelou Boulos em discurso no Centro da capital.
O candidato disse que vai dormir na Brasilândia, na Zona Norte, no Grajaú, Zona Sul, em São Mateus, na Zona Leste e na Zona Oeste, onde, segundo ele, vai se preparar para o debate na Rede Globo, que está previsto para esta sexta-feira (25).
