Aumento da população idosa reforça necessidade de políticas públicas para garantir velhice mais digna: 'Criar mais oportunidades'
29/10/2024
(Foto: Reprodução) Em Sorocaba (SP), 14,43% da população é idosa. São 104.462 homens e mulheres com mais de 60 anos; para Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, envelhecer é 'ganhar anos para criar mais oportunidades'. Censo 2022 mostrou aumento de idosos no Brasil
Rodrigo Santos/TV TEM
Será que vou viver bem? E a aposentadoria? Essas inquietações tornam-se mais frequentes a cada dia, ao passo em que a população envelhece. Entre 2010 e 2022, o número de pessoas com mais de 60 anos saltou de 20.590.597 para 32.113.490, segundo o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistíca (IBGE).
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Em Sorocaba (SP), 14,43% da população, contabilizada em 723.682 moradores pelo Censo 2022, é idosa. São 104.462 homens e mulheres com mais de 60 anos.
Esse aumento impacta diretamente na procura por casas de longa permanência, de repouso ou centros de convivências. O Lar São Vicente de Paulo de Sorocaba (LSVP) abriga 110 moradores e conta com uma longa lista de espera.
Renata Soares, assistente social do LSVP, reforça a situação. “Nós estamos com bastante procura, uma fila de espera bem extensa, devido ao familiar precisar trabalhar e não ter com quem deixar o idoso e também não conseguir custear um cuidador para ficar em casa."
“[Os parentes] optam pelo lar, pelos cuidados que tem, pelas atividades diárias proporcionadas a eles. Todo um cuidado de uma equipe multidisciplinar que nós temos”, destaca Renata.
Fundada por um grupo de médico, a instituição já existe há 94 anos em Sorocaba
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Com sorriso no rosto e leveza nos gestos, Marlene Martins de Carvalho, 78 anos,vive a melhor idade de forma tranquila no Lar São Vicente de Paulo.
“Eu trabalhei com o povo, então, eu tinha que está sempre com o sorriso no rosto, mesmo que o coração estivesse assim [apertado]”, afirma a idosa, que destaca o segredo para viver tranquilamente “é você ser honesto… correto e honesto e eu fui, Graças a Deus”.
Dona Marlene Martins de Carvalho realiza as atividades oferecidas no local onde se tornou sua morada
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Já o senhor Francisco Breggi, 91 anos, também morador do LSVP utiliza a arte como uma forma de viver o tempo, enquanto já sente as marcas deixadas por ele, ao não ter mais tanta firmeza nos movimentos.
“Você tá pintando e, muitas vezes, você tá pensando… você tá aqui, firme na pintura, mas o pensamento tá longe. Tô em dois lugares ao mesmo tempo. Me faz bem, eu adoro! Principalmente leitura."
Atividades recreativas ajudam os idosos a terem mais autonomia
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“Eu vim pra cá foi porque Deus me mandou pra cá, para eu estar em um lugar acolhido. Aqui não é um asilo, aqui é um lar. Um lar de prosperidade”, afirma seu Antônio dos Santos Silva, de 74 anos.
O senhor mora há um ano no LSVP e enxerga a beleza das flores, ao cuidar das plantas do local com muito carinho
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Mudanças necessárias para garantir uma velhice saudável
O Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, comenta o que é precisa ser feito para garantir uma velhice mais tranquila. “O que a gente pode fazer é mudar essa cultura de que envelhecer é acumular anos e caminhar para uma finitude. Talvez, pensarmos o contrário: que envelhecer é ganhar anos para criar mais oportunidades”.
A entrevista com o Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa trouxe uma oportunidade de entender como o governo e a sociedade podem atuar para ajudar os idosos
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“Se a gente pensar assim, nos mais diversos setores da sociedade, a gente acaba dando mais visibilidade para as pessoas idosas, colocando mais ações e, com certeza, pensando no nosso próprio envelhecer”.
“Assim, a gente vai poder ver lá na frente uma série de oportunidade que vão acontecendo. E isso passa pela saúde, isso passa pelo trabalho, passa pela educação, passa pelo lazer, pelo turismo, entre outras áreas”, continua.
“Então, se a gente diminui o impacto cultural e institucional que o preconceito pela idade vem criando, para nós, é essencial e não dá para fazer sozinho. É importante que toda a sociedade se mobilize para diminuir esse idadismo, que é a descriminação a partir da idade”, finaliza Alexandre da Silva.
A velhice estará presente na vida das pessoas e, por isso, é importante pensar no assunto desde agora
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*Colaborou sob supervisão de Matheus Arruda
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